Chapa 1 intensifica escuta para construir uma UFSM + acolhedora

Nesta segunda-feira, 16 de junho, a Chapa 1 – UFSM + acolhedora, liderada por Felipe Muller e Alessandro Dal’Col Lúcio, intensificou sua agenda de atividades junto à comunidade universitária. Ao longo do dia, os candidatos à Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria participaram de encontros, visitas e momentos de escuta com diferentes segmentos da instituição, reafirmando o compromisso com uma gestão pautada no acolhimento, no diálogo e na valorização das pessoas que constroem diariamente a UFSM.

Em conversa com o Departamento de Comunicação Social da UFSM, a Chapa 1 – UFSM + acolhedora ouviu relatos sobre a precarização das condições de trabalho e estudo enfrentadas pela unidade, atualmente espalhada por seis prédios distintos. Apesar de já existirem projetos para a construção de um espaço único que abrigue as salas e a coordenação do curso, os recursos para a execução ainda não foram liberados. A falta de investimentos na área tem comprometido toda a universidade, refletida na defasagem de softwares, laboratórios e infraestrutura. Durante a reunião, também foram abordadas questões de segurança no campus e o adoecimento físico e emocional dos profissionais, agravado por perdas salariais e pela falta de diálogo institucional. Um dos exemplos citados foi a situação do campus de Frederico Westphalen, que precisou abrir mão do transporte por conta das más condições dos ônibus. 

Já no diálogo com o Departamento de Música da UFSM, Felipe destacou a importância da continuidade de projetos bem-sucedidos iniciados em sua gestão anterior e defendeu avanços na carreira docente: “Ficamos no estágio de professor titular e todos podem e devem chegar até isso”, afirmou, defendendo ainda que o interstício para progressão seja escolha do docente. Comprometeu-se com a redução da burocracia, afirmando que documentos como o Lattes e o diploma de doutorado podem ser buscados pela própria universidade. Em relação às vagas docentes, defendeu que as aposentadorias devem retornar à origem, destacando a importância de preservar cursos das artes e respeitar suas especificidades. Felipe também abordou a necessidade de tornar o Centro de Convenções mais acessível e plenamente utilizado pela comunidade acadêmica, além de destacar a urgência na regularização do PPCI: “O Centro de Convenções não tem PPCI, precisamos tirar ele desse limbo e colocar a universidade lá”. Sobre estrutura e manutenção, foi enfático: “Precisamos estar no Congresso Nacional, andar pelos centros e observar as necessidades”. Ainda defendeu o fortalecimento das licenciaturas e a ampliação do papel da editora da UFSM para atender às demandas da comunidade.

Estudantes relatam desafios enfrentados em relação à moradia e permanência

Em visita ao Diretório Acadêmico de Geografia, a Chapa 1 – UFSM + acolhedora ouviu relatos contundentes sobre os desafios enfrentados pelos estudantes, especialmente em relação à moradia estudantil e à permanência. Uma aluna relatou que ainda aguarda, na União, uma vaga na moradia e na Bolsa de Socioeconomia Estudantil (BSE), e outra mencionou ter dividido o quarto com 18 pessoas. Também foi destacada a resistência de alguns moradores da CEU em permitir a entrada de novos estudantes e críticas aos valores cobrados na CEU do centro. Além disso, os alunos relataram dificuldades com o transporte para atividades do curso, a falta de verba para realizar a semana acadêmica em comemoração aos 60 anos da Geografia e a precariedade da infraestrutura do prédio. As queixas se estenderam à burocracia no acesso às bolsas de formação, que muitas vezes exige pedido direto à Prae. Alessandro Dal’Col Lúcio, candidato a vice-reitor, destacou a importância da articulação orçamentária para enfrentar esses problemas e reafirmou que a Chapa 1 sabe como fazer a diferença, pedindo o voto dos estudantes para construir uma gestão mais acolhedora e eficiente.

Em reunião com o Departamento de História da UFSM, Felipe defendeu a necessidade de iniciar, com maturidade e diálogo de base, uma discussão sobre a estrutura estatuinte, apontando que o atual modelo dificulta a comunicação entre as unidades. Sobre infraestrutura, relatou o abandono da manutenção: “Onde vamos tem goteira, cadeira quebrada, água contaminada”, e reforçou que a universidade cresceu, mas perdeu força de trabalho, sendo urgente revisar sua estrutura. Em relação à autonomia universitária, destacou que ela deve ser defendida junto aos órgãos representativos. A permanência estudantil foi outro ponto forte da conversa: a chapa propõe a reestruturação das Casas do Estudante, com a reforma da CEU II por blocos, retorno do RU do Centro e criação de espaços de descompressão. Questionado sobre a ausência de mulheres na cabeça de chapa, Felipe afirmou que a composição da campanha vai além dos candidatos: “Teremos o primeiro pró-reitor negro, representatividade LGBTQIAPN+ e compromisso com a equidade de gênero nos cargos de gestão”.

Em diálogo com o Departamento de Filosofia da UFSM, a Chapa 1 – UFSM + acolhedora discutiu estratégias para enfrentar os desafios orçamentários e reforçou compromissos com permanência estudantil, autonomia universitária e políticas de inclusão. Felipe Muller relatou sua experiência anterior em articulações com o Congresso Nacional: “Já fizemos um esquema de união entre reitores para ir aos gabinetes e mostrar as necessidades. Sempre haverá problemas de recursos, mas precisamos agir”, afirmou, destacando a importância das emendas e da articulação com diferentes ministérios. Sobre a proposta de criação de uma Pró-Reitoria de Ações Afirmativas, Felipe explicou que a estrutura pode ser viabilizada a partir da ampliação da PRAE, incorporando núcleos já existentes como o Neabi e o Observatório de Direitos Humanos. Em relação à evasão, alertou para as diferentes causas — como mobilidade, abandono e não preenchimento de vagas — e defendeu a atualização dos perfis dos cursos e o fortalecimento da assistência estudantil. A autonomia dos departamentos e centros também foi pauta: criticou interferências indevidas da Prograd sobre o calendário e defendeu que a expansão do EAD deve respeitar a autonomia das unidades. Por fim, reforçou o compromisso com a saúde mental e pública, anunciando articulações com a prefeitura para instalação de uma UBS no antigo prédio do HUSM e a criação de um CAPES III, em parceria público-pública: “A cidade precisa se movimentar, e a universidade pode ser um agente fundamental nesse processo”, concluiu.

Compartilhe esse post:

Post Relacionados